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O TEMPO


Ah, o tempo!

Tique-taque, tique-taque

Num relógio de atabaque

Areia que escorre na ampulheta

Numa corrida de muletas

 

Ah, o tempo!

Tão escasso quando preciso

Senhor de si como Narciso

Um ancião que rasga o calendário

Um menino comemorando aniversário

 

Ah, o tempo!

Uma lembrança de outrora

Uma lágrima que chora

Uma saudade que flutua

Por muitos sóis e muitas luas

 

Ah, o tempo!

Rei morto, rei posto

Uma nova ruga no meu rosto

Uma mecha branca no cabelo

Uma linha perdida do novelo

 

Ah, o tempo!

Tragicomédia grega

Parece que nunca chega

Tão sólido quanto fumaça

Parece que nunca passa

 

Ah o tempo!

Cavalo alado que galopa

Conduzindo a tropa

Em direção à eternidade abstrata

Na busca da medida exata!


 
 
 

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